sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Nadando até a África

Vou me vestir de verde para recepcionar uma árvore e despentear os cabelos para formar os galhos.
Colocarei aquele vestido amarelo que está guardado desde o dia que me encontrei com o sol para desfilar pelo campo de margaridas miúdas.
Ensaiarei uma bela canção para animar os duetos!
Vou treinar os ossos do corpo para me enterrar na terra com as minhocas.
Subirei até o pico da montanha para saltar como um urubu e enxergar como uma águia.
Vou me camuflar para enfrentar as batalhas e nadar até chegar à África! Indo ali pela praia Brava de Fortaleza – que destino, que paraíso! –, dou umas par de braçadas e logo estou lá para apreciar as cores! Que continente!

Um convite nada formal

O vento vem trazendo folhas secas de outras estações.
Ficaram para trás pisadas pelos pés gigantes.
Eles nem olham para o chão.
Notas de cruzeiros são deixadas pelas ruas e poucos enxergam a riqueza.
Observam muito a magia do amor. As vezes...

Mas as folhas secas continuam caindo pelas frestas entreabertas dos galhos daquelas árvores marrons e lindas de outono.
E eles secam ainda mais a beleza pura da moça.
Coitada!
Sente-se mal com os comentários maldosos, mas sua delicadeza a deixa sem saídas e com respostas bem dadas.

E viva São João!
São Pedro que traz a chuva!
Viva Rio de Janeiro e suas belas curvas rochosas!

Que alegria em ver o azulão infinito e buscar nele a inspiração sem fim.
Infinita também!
Ah como ela será bem-vinda!
Terá cama com lençóis de seda pura; quer?
Lambuzar as mãos com terra banhada pela água da chuvinha da noite e escorregar pelos cabelos sem ter medo do tempo de exposição ao sol.
Ô!
Ela terá sala, cozinha e um monte de livros enfileirados na pequena biblioteca tida na estante de madeira escura.
Quer vinho?
Vou embebedá-la com os melhores sabores, as melhores uvas...
Se quiser companhia o farei com o prazer nas nuvens e as mãos bem ocupadas.
Assim como agora, que tento fazê-la chegar, mas parece que a afinidade não está cooperando.
Ah, vai! Deixa pra lá...

Se ela também não quiser chegar, mandarei uma carta à cara criatividade!
Ela me tira de qualquer sufoco e me ajuda com as melhores ideias.
Depois?
É só convidá-la para um chá da tarde acompanhado de belas broas mineiras, café preto e forte com bastante açúcar, sem deixar de ser quente.
Se gostar de pamonha eu encomendo algumas com dona Josefa, aquela que tem no sobrenome o produto vendido.

Bom, ela realmente não quer me fazer companhia!
Tudo bem...
Vou convidar o tempo para esperar mais um pucado.
E que ele passe bem rápido, assim como os bons momentos ao seu lado!

criador dos ossos

Parece que minhas costas voltaram a alugar o espaço corpóreo que as pertence. Nada mais de pesos e medidas fora do padrão estabelecido pelo criador dos ossos.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009