segunda-feira, 30 de novembro de 2009

morte do amor

Profundamente querida você sempre foi para mim que não tenho onde cair e seguir é meu rumo nesta travessia de pegadas banhadas pelas águas de oceanos e rios que passam por todos os caminhos que sigo na sequência dos dias repletos de sonhos e vontades nada reais de transformar-me em artista de cinema televisão livro escrita e tudo o mais que me faça ser apenas eu como devo realmente ser assim no meu mais livre pensamento e vontade de cair nas tentações de um homem esmiuçado de desejos e transbordado de quereres pela minha boca que agora está seca da sua carne destrinchada pelas formigas que brotam das terras e comem cadáveres frios pálidos e cálidos como a nossa noite de ontem e como meu gozo eterno sem vontade de sentir por você que hoje não tem para onde ir.

Fuca!

Naquela época não vivi (década de 30 para que te quero!), onde o Fusca sobrevivia aos acalentos e era um forte candidato ao carro do século!
Consegue imaginar?
Não sei como seria… Esta coisinha miúda, de fácil localização, nada querida pelos assaltantes e com carinha de broa de milho… Tentaria minhas atenções!

E lá ia ele pelas estradas próximas, pois longe fundia, sem rumo certo, com a radiola ligada no volume máximo, rodinhas até tortas de vontade crescer!

Ele ia indo pelo crime de ser um pequeno querido!

Não parece que ele pisca?

ai, minha faringe!

quero todas as chaves, matar todas as saudades, comer todas as massas, tomar todos os vinhos italianos com um italiano daqueles típicos ao lado, subir nas torres mais altas, pode ser em parri! por que não?

quero as blusas mais quentinha, os sapatos maisousados, as unhas mais vermelhas e os óculos mais meus.

quero a irmã de cabelos mais lindos, a amiga irlandesa, a piscina para os verões sem data marcada.

alguns pequenos dígitos no banco. não tenho grandes amores pelo dinheiro…

quero agora uma xícara de café quente para esquentar minha faringe.

particular? só banheiro escuro.

Laço, lacinho. Conectado ao cabelo, fácil fascínio.

primeiro beijo.

Pelo gosto que gosto faço até manha. Em manhãs de chuva fico descalça em casa esperando os segundos apontarem meio dia e correr para o almoço. Almoçado em família tem mais gosto! Gostoso... Assim como o namorado que arrepia até os pensamentos e faz o coração bater tinindo! Ai amor... Suspiros profundos dispenso o tempo todo. Diria tia Hercília: “Escreve que eu mando!”. Sente até cheiro! Lembra até da roupa do primeiro encontro. O primeiro beijo? Faz estante na casa pequena... Foi lento, quente, gostoso, não esperado, nem imaginado, mas beijo.

tô injuriada com o Brasil!

domingo, 29 de novembro de 2009

Amarante

Parece que agora eu meu peguei apaixonada pela guitarra do som que gritava pelas telas grandes no apartamento pequeno. Me peguei apaixonada... Por um par de tênis que incomodava as mães – sujinho. Agora senti o frio que vem da espinha, passa pela garganta e sai no beijo. Ui! Quase o beijei... Em pensamentos frios que abandonam minha noite pelo simples suspiro de um bom dia. Já passou! Ufa! Agora sinto o que sempre senti. Chega de ousadias melosas ou ouvidos queridos com vozes fascinantes. Vou me concentrar. Amo-te como melodias.

esmalte

vou sentar ali no sofá, que hoje leva uma manta amarela para tampar o frio (que frio?), e pintar as unhas. acho que de petróleo.
talvez roxo...
não sei ainda.

Conceitos Patricianos

Agora os peixes têm línguas.
As formigas gritam por açúcar.
Porcos sobem nas paredes do desejo que descobriram no aquário.
Peixes seguem nos armários com as pernas que tiraram das formigas.
Estas, coitadas... viveram na espera inconstante do doce dos dias, amor dos delírios, paixão pelas bocas e suspiro pelos homens. Todos.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Jonny?

Descobri, numa noite escura de quarta-feira, perto das 22h10, que a sessão das 22h é pontual. Nem um minuto a mais e o filme começa.

Em cartaz: Meu nome não é Jonny. Filme negro, brasileiro. Do começo ao fim.

Instigante. Retrô. Óculos quadrados. Família. Fotográfico. Colorido. Pornográfico. Maconha. “Ó a larica deles!”, Pati comenta. Enrosco. Temporário. Drogas. Pesado. Dolorido. Sofrido. Quase troco o canal... Morte. Loucura. Oito schnauzer!??! Todo mundo “chêra”. Denso. A tiazinha vende pó, que isso!? Massa!

p.s.: bolacha Negrito e leite quente com toddy

Na época o cigarro ainda era liberado em ambientes fechados. Polícia “chêra”. Coitado do Nelinho... estudou tanto!!! “Se quiser eu faço um gato aí, rapidinho”. “Tu qué morrê, xará?”. O primeiro “cliente” não quis... o segundo desistiu... Que putaria esta porra de polícia! Gente estranha, coisa esquisita. Mudou de ramo: agora é cantor! Como assim? “Minha pernoquinha roliça” Suspense. Muita loucura!! Parece que vou entrar no filme. Não está muito agradável.

No momento prefiro o silêncio dos grilos.

“É o seguinte, amigão, fala em números comigo”.

Bom? Não! Excelente!!!

O céu está na moda!


Hoje ele quis embasbacar qualquer bobo e fazer babar qualquer boca.
Hoje ele saiu pra cair queixos e tropeçar pés.

Hoje foi o dia mais belo de todos os outros dias perto das seis horas da tarde.

Sabe lá, bem no horizonte distante dos dedos? Pois lá estava ele!
Todo inchado e cheio de graça... Fazia era rir os lábios dos sérios terrestres!
Fazia de um todo! Estava, literalmente, radiante.
Ele se vestiu de acordo com os mandamentos dos mais impressionantes nomes da moda mundial.
Ele vestiu roxo, lilás, rosa forte quase vermelho...
Ele vestiu a moda! Estava na moda.

Chamou tanto a atenção dos homens que logo se foi...
Envergonhado de sua beleza que mais parecia coisa de outro mundo.

O sol hoje subiu para descer inimaginável na sua maravilha radiosa.

O sol estava puramente desenhado pelas mãos de algum mestre muito talentoso.
Quem será o dono do sol?

E imaginar que nós, pobres e coitados felizes mortais, esperamos grandes vitórias em fortes reuniões e esquecemos de olhar para o distante tão próximo que temos: o céu.

E hoje... Meu filho! Ele tirou o dia (de tardezinha, quase noite... ) para brilhar estonteamente!

Era como eu sonhava!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Um anel no dedo

Mais tarde que o horário normal. Mais cedo que o querido. Em cima da hora para o atrasado.

Lendo o jornal não consigo me concentrar, pois os pensamentos estão voando pelo cérebro cozido. Cansado. Esmagado pelo turbilhão de afazeres domésticos e luzes solares.

As notícias não estão mais prendendo meus olhares e fico só imaginando como seria assim, como seria assado. Sempre tentando reformular o que alguém ganhou para fazer!

Minha esposa ganha bem. Dá pra tirar uns cruzados no final do mês que sustenta sua beleza e consumismo por anéis. Enlouquecida por anéis. Tamanhos, cores, formatos. Os regionais são os que chamam mais atenção! A minha atenção...

Querendo ou não eu também quase sou um colecionador de anéis, pois ando pelas entranhas alheias procurando algo novo. Sempre na espreita.

Na caixinha de madeira feita pelo avô, ela guarda, em saquinhos de veludo, todos os aros da sua vida. Inclusive a aliança – com medo de perder. Caixa forrada de cetim claro e brilhante, com leve música aos ouvidos quando é despertada. Uma bailarina aparece na pose pronta para sua apresentação do dia! E nesta pose ela fica, fica, fica, fica, fica... Está sempre apta a despertar meus olhos, chamar minha atenção e entreabrir meus lábios. Deve ter uns três andares com pequenas separações intercaladas e cuidadosamente embrulhadas com o rico tecido.

Ai de mim se, em uma destas andanças por países criteriosos, não trouxer uma jóia! A esposa sente tanto que deixa de sentir amor por mim. Já passei por isto antes... já senti como é ficar sem sentimento.

Assim, a primeira obrigação do meu dia longe de casa é procurar pela boutique famosa e trazer um presente.

Certa vez, na cidade de Seramangápio, país desconhecido, onde nem água havia para banhar, fiquei perdido por pensar que enfeites para os dedos seriam ainda mais raros. De um lado a outro da cidade e nada. Nadinha de pitibiriba! Foi então que a senhora que cochilava na janela da pequena casa de esquina abanou a mão esquerda para mim e, de longe, a única coisa que meus olhos avistaram foi o anel de pérolas. Duas dobras de pérolas ricas que reluziam até ferir a vista! Fui de encontro, tentei puxar papo, a senhora nada. Ofereci moeda e mais moeda, a senhora nada. Estava sem escapatórias. Tive que levar o anel para casa.

preciso de mais tempo?

se precisar for o mesmo que o dicionário escreveu para representar um transitivo direto - realçar os contornos de uma composição -, eu preciso de mais tempo!

rascunho

estive pensando...
reli alguns livros...
escrevi algumas linhas sem sentido.
parei.
analisei tudo mais uma vez e realmente eles tinham razão ao dizer que existe a tal da inspiração. e ela vem só quando quer!
aparece na espreita, toda tímida, cheia de manchinhas vermelhas pelo rosto - como na timidez da primeira vez... -. chega toda ela. cheia de graças. tentando fugir pelas frestas! tenho que agarrá-la pelos pés! quase que foge...
agora fugiu.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Telles

Lygia parece estar aqui, sentada ao meu lado esquerdo – lado do coração -, contando prosas, falando histórias, narrando vidas, querendo futuros. Ela está aqui e trouxe cartas de Drummond para eu ler. Que prazer. Que alegria!

Lygia veio para dizer bonito sobre mulheres e escrever tinindo de buniteza sobre amores. Sofridos. Mas amores. Dores. Cores de ruas limpas na beleza de uma memória de menina moça agora mulher. E que mulher de orgulho para muitos e ideal para mim. Que escrita! Que sonho!

Então Lygia decide que não vai embora. Ficará aqui, segurando em minhas mãos para mostrar que posso fazer assim, simples como venho fazendo, e ser assim, universal como ela sempre foi.


Dúvidas? Somente quando vou pintar os cabelos e não sei bem a cor... levanto com ela a bandeira da modernização burguesa, esta de duvidosas cores como o cabelo. A dela, vermelha e verde. A minha? Talvez assim, branca como a paz e leve como palavras bem colocadas.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Geovânia é um país?

Acabei de conversar com ela. Não foi assim, pessoalmente, mas nossas mentes saudosas permitem que imaginemos coisas nunca antes imaginadas.
Pensei que estava cheia de casacos e andando pelas ruas lindas e nostálgicas de Dublin com ela.
Ela, toda cheia de graça, com as sobrancelhas mais lindas do mundo, com os pézinho congelados do frio repentino que vem e vai, vem e vai... A pele chama atenção por onde passa. Ela é "brilhante", ele já disse. Está com aquele casaco verde e lindo que comprou antes de embarcar para o sonho!
Eu, com um mantor vermelho. Nós com boinas nas cabeças que pensam, pensam, pensam...
E assim, deste jeitinho, vamos andando e falando dos nadas que parecem histórias em quadrinho de ação. Parece que vamos resolver todos os problemas do mundo! É tudo tão fácil... Ela faz que a vida seja assim, levada na flauta. Seus conhecimentos e suas percepções são capazes de tirar de mim a tristeza que as vezes chega com o vento.
Ela é minha amiga sincera. Eu sou sua fã primeira.
Ela é a coragem. Eu sou o começo.
O mapa indica que a distãncia é longa... Minha mente teima em pensar o contrário!
Assim vamos, ela lá eu cá, passando por bem novas experiências e descobrindo os velhos olhos negros quase azúis soltos pelo mundo.
Eu te amo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Senzala

Não tão triste como aquela tão conhecida dos versos daquele mais conhecido ainda...

Mas Andorinha sozinha sorri pelos cantos!

Andorinha!!!

Grita nas rodas de prosa e exala perfume de sabonete pela noite...

Andorinha, Andorinha...

Conta contos que jamais imaginasse qualquer alma. Alma que sabe imaginar.

- Sou filha da luz, amiga do tempo e “cumade” do lar! Cuido dos barrigudinhos e aparo o bigode de Márcio.

Andorinha...

Tão contente com seu contentar vou-me embora.

Não para Pasárgada (não gosto de reis e riquezas!), mas para a senzala, onde os negros brotam até das pedras e os olhares malandros varam até paredes... Ai que delícia!


Minha primeira premiada poesia!

(4º lugar no Concurso de Poesias de Itatiba)

Eu já tenho fãs!

Pois é!
Eles brotam de algum lugar e o lugar de onde os meus vieram é um pouco previsível.
Acordei cedo para queimar as calorias da loucura de ontem.
Agora degusto uma maçã.
No primeiro telefonema do dia uma tia querida. Ela vinha só trazer a notícia de que estava me lendo.
Soou estranho quando ela releu, com voz ainda amassada da noite, uma frase da poesia que ganhou algum destaque.
"Mas Andorinha sozinha sorri pelos cantos!"
Soou tão estranho que no momento pensei "isto é meu", mas ao mesmo tempo me assustei pq parece que me surpreendi.
Desde o resultado do concurso nunca mais a havia lido. Milhões de minutos após, procurei nos arquivos e senti até o cheiro do momento em que brotou das mãos as palavras.
Interessante, no mínimo!

domingo, 1 de novembro de 2009

Uma comédia romântica!

Visitei uma cadeira de cinema na semana passada com certo julgamentos que garantiam a mim um estatus de preconceitos criados pela estirpe do filme.
Enfim... Mais uma comédia romântica que confere ao público masculino confiança perante o tal universo feminino tão em voga pelas páginas de milhões de revistas especializadas no assunto. Até aí alguma novidade? Nenhuma. Todas trazem dicas de produtos de beleza que prometem o impossível, esbanjam corpos perfeitos sem dobrinhas nas costas! Ai que tristeza...
Bom, mas também precisam atender uma faceta do mercado consumidor que, mais uma vez, se deixa levar. Por inúmeros fatores, por nada demais ou por uma simples promessa.
Mas julgamentos aqui não! Respeito suas opiniões, fique tranquilo!
A questão é que o filme, de nome "Verdade nua e crua", lançado tempinho atrás, não discute nada, não tenta te convencer de mais nada ainda. Somente interpreta seu título do começo ao fim. Mais ou menos... ele também se converte para finais melodramáticos de um casal que descobriu a paixão.
O interessante não está nestas banalidades. Os homens da sala grande, confortável e escura, foram ao êxtase no começo e lamberam o chão nos finalmentes.
É assim mesmo a vida, né? Julgamentos de filmes comédias românticas? É... Interessante!