quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O Haiti sofre. Sofro junto.

As unhas, fracas, escavam na busca esperançosa de alguém vivo ali embaixo. Sobre os escombros doloridos existem vidas, antes sofridas, agora interrompidas. E as unhas continuam ganhando terras por debaixo de suas carnes e aflitos correm de lado a outro sem ajuda, sem chão e muito menos sem teto para esconder os rostos tristes de solidão. As águas quentes do mar que banha aquela região revoltaram contra os mais sofridos, os mais lindos e sinceros povos. Entre eles brasileiros e seus parentes aqui aflitos. E as unhas continuam cavando sem fim à procura de suspiros soterrados. E continuarão até que de países com melhores estruturas recebam auxilio para tomar um copo d’água, vestir uma camisa sem sangue e comer uma lasca de pão. Americanos, franceses, brasileiros, japoneses, chineses se tornarão um povo só. Sim? Pequenas casas e grandes hotéis por terra abaixo. Pernas, braços, cabeças e tijolos se confundem formando uma só tragédia. As unhas, agora já gastas, quebradas e doloridas, cavarão com suor escorrido e lágrima sentida por novos rostos mortos a encontrar.

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